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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

(Humor) A Irmã que Não tinha Inimigos

Num dos cultos de domingo à noite, o pastor começa sua pregação sobre perdão de pecados e, ao final de toda a argumentação, pergunta aos fieis:
– Quantos de vocês estão dispostos a perdoar seus inimigos?
Piadas para crentes [58] - Uma lição sobre perdão dos inimigos
  
A maioria levantou a mão. Para reforçar a visão do grupo, ele voltou a repetir a pergunta e então todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha que estava na segunda fileira, apoiada numa enfermeira particular.

– Eu não tenho inimigos!” respondeu ela, docemente.
– Dona Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar seus inimigos ou suas inimigas?
– Senhora Mariazinha, isto é muito raro! disse o sacerdote. E perguntou: quantos anos tem a senhora?
E ela respondeu: – 98 anos!
A turma presente na igreja se levantou e aplaudiu a idosa, entusiasticamente.
– Doce senhora Mariazinha, será que poderia vir contar para todos nós como se vive 98 anos e não se tem inimigos? Dê seu belo testemunho aqui na frente!
– Com prazer, disse ela.
Aí, aquela gracinha de velhinha se dirigiu lentamente ao altar, amparada pela sua acompanhante e ocupou o púlpito. Virou-se de frente para os fiéis, ajustou o microfone com suas mãozinhas trêmulas e então disse em tom solene, olhando para os presentes, todos visivelmente emocionados:
– Porque já morreram todos!

(Humor) O Professor sem Cérebro



Certa vez um professor do ensino fundamental explicava à sua sala a teoria da evolução. Durante a explanação ele perguntou a um dos seus alunos:
- Marcos, você vê aquela árvore lá fora?
Ilustrações cristãs: o incrível caso do professor sem cérebro
- Sim, claro, professor.
O professor voltou a perguntar:
- Vê a grama lá fora?
- Sim.
Em seguida mandou o aluno sair da sala e lhe disse para olhar para cima e ver se enxergava o céu. O aluno entrou na sala e disse:
- Sim, professor, eu vi o céu.
- E você viu Deus?

- É disso que eu estou falando! Marcos não pode ver a Deus porque ele não está lá! Podemos concluir, portanto, que não existe Deus!O menino respondeu que não. O professor, olhando para os demais alunos, disse:
Nesse momento, uma das alunas, a Ana Flávia, se levantou e pediu permissão ao professor para fazer mais algumas perguntas ao seu colega.
- Marcos, você vê a grama lá fora?
- Sim, claro, Ana.
- Vê as árvores?
Marcos já estava ficando nervoso e chateado em responder as mesmas questões novamente. Mas, respondeu que estava vendo.
- Ana Flávia lhe pediu para que olhasse para o professor e perguntou se ele via o cérebro dele. Obviamente Marcos respondeu que não. Ana, então, dirigindo-se aos companheiros e disse:
- Colegas, de acordo com o que aprendemos hoje, concluímos que o professor não tem cérebro.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O Cristão 2014



O Cristão 2014


O cristão 2014, não devia ser diferente do 2013 nem do 2012 nem de qualquer outro ano, mas sempre no mesmo amor e comunhão buscar todos os dias, levar o Reino de Deus a todos quanto poderem... 
Mas o que vemos hoje em dia, infelizmente é uma cristandade "fria" demais, "quente" demais... se tem pouco fogo tem muita palavra, se tem pouca palavra tem muito fogo... Um grande evangelista chamado Paul Washer uma vez Escreveu.. Quando um cristão se empenha somente em buscar conhecimento bíblico e não tem vida de oração, coisas espirituais pra eles serão muito difíceis de se entender, e se por outro lado ele só vive de oração, pode ser levado por qualquer vento de doutrina...
Os cristãos 2014 tem fama com o mundo, de forma que não se vê problema em ser cristão, afinal de contas, o que é que deve ser transformado? Nesse mundo Gospel... Onde o CD do cantor mostra a cara do artista e suas musicas quase todas antropocêntricas.... Deus tenha misericordia, pois poucos são os que entram pela porta estreita.
Quemuel Oliveira

quinta-feira, 20 de março de 2014

Comentário da Lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 12
A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES

INTRODUÇÃO

I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS
II. O SACRIFÍCIO DA POSSE
III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE

CONCLUSÃO

O QUE É UNÇÃO

Unção A unção fazia parte da cerimônia da consagração dos sacerdotes (Êx 29.7; 40.13; Lv 6.22; Nm 35.25) dos reis (1 Sm 9.16; 10.1; 15.1) e às vezes dos profetas (1 Rs 19.16; cf. Is 45.1). João fala sobre a unção (em grego chrisma) do Espírito Santo (1 Jo 2.20,27), que transmite o conhecimento e o discernimento da verdadeira igreja, ao contrário dos sismas (2.29) e uma sólida doutrina da encarnação versus as heresias (2.22). João está se referindo ao dom do Espírito Santo que nos guia em toda a verdade (Jo 14.26; 16.13).
Unção Nas Escrituras, a prática da unção com o óleo, fosse com perfume ou sem, tinha um significado secular e religioso. Em hebreu, duas palavras eram usadas: suk (que aparece somente nove vezes) e a palavra mais comum mashah, conhecida como Messias, “o ungido”. As palavras gregas são: aleipho, que é comparável a suk; e chrio, da qual vem o nome “Cristo”, que possui o mesmo significado de Messias.
O termo hebraico suk designava uma prática diária que consistia em esfregar o corpo com o óleo de oliva depois do banho, ou ungir a cabeça de um convidado com o óleo (Dt 28.40; Rt 3.3; Et 2.12). No entanto, esta prática era proibida durante o luto (2 Sm 12.20; 14.2; Is 61.3; Dn 10.3). Em Êxodo 30.31,32, onde este termo é traduzido como “verter”, afirma-se especificamente que o óleo sagrado não deveria ser usado para propósitos comuns.
Em uma única passagem, com respeito às pessoas, o termo mashah parece indicar um ato não religioso de ungir o corpo (Am 6.6).
[...] No Antigo Testamento, o conceito da unção está associado ao Messias que viria (Sl 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.24). A palavra grega chrio traz esse conceito ao Novo Testamento, onde Deus está sempre envolvido. Nas referências aos sacerdotes, reis e profetas do Antigo Testamento, este conceito tem a mesma função de mashah. Em Lucas 4.18, Jesus aplicou a unção mencionada em Isaías 61.1 a si mesmo. Pedro relata a unção de Jesus com o Espírito Santo (At 10.38), e Paulo relaciona a unção com o selo do Espírito e a prova do relacionamento dos cristãos com Cristo (2 Co 1.21,22). Assim, os escritores do Novo Testamento entendiam metaforicamente a unção, que consiste em dotar de poder espiritual e entendimento (1 Jo 2.20,27). No Antigo Testamento a unção está relacionada ao ofício dos reis (1 Sm 10.1-9; 16.13), mas no Novo Testamento está associada com Cristo e com aqueles que são as testemunhas cristãs, dentro de um contexto de proclamação do Evangelho.
    






Texto extraído do “Dicionário Bíblico Wycliffe”, editado pela CPAD, p.1975-76.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Comentário da Lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 7
OS DEZ MANDAMENTOS

INTRODUÇÃO

I. OS PROPÓSITOS DA LEI
II. OS DEZ MANDAMENTOS
III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS

CONCLUSÃO

A DOUTRINA DA REVELAÇÃO DE DEUS
O ensino das Escrituras a respeito da revelação de Deus

Esdras Costas Bentho

A doutrina da Comunicação de Deus aos homens é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A Doutrina da Revelação de Deus trata da manifestação que o Senhor faz de si mesmo e de sua vontade aos homens (Am 3.7).

Necessidade da doutrina
: A doutrina da Revelação de Deus aos homens não é apenas necessária como também plausível. Dois fatores tornam essa doutrina indispensável: o implícito e explícito.

a) Implícito: O fator implícito diz respeito ao que Deus é em sua natureza incomunicável, transcendente, infinita, incapaz de ser conhecido pela razão, cognoscibilidade ou aferimentos humanos (Jo 1.18; 1 Tm 6.16). Em diversas perícopes as Sagradas Escrituras afirmam a incapacidade humana em conhecer a Deus em sua plenitude e glória: Ele habita em "luz inacessível" (1 Tm 6.16) e "nunca foi visto por alguém" (Êx 33.20; Jo 1.18).

b) Explícito: O fator explícito refere-se à natureza finita, temporal e vulnerável do homem. O cognoscível não é capaz de apreender o Incognoscível; o finito não compreende o Infinito; o mortal está aquém do Eterno: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento" (Is 40.28).

Definição de Revelação

a) Antigo Testamento. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo revelação na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ, isto é, descobri, revelar, tirar, é usado em sentido reflexivo com o significado de desnudar-se ou revelar-se, como por exemplo, na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7). A Septuaginta (LXX) traduz o vocábulo na passagem citada por epephánē, manifestação, aparição, ou revelação (epifania).

b) Novo Testamento. O grego neotestamentário emprega a palavra apokalypsis com o sentido de revelar ou desvendar. Lucas (2.32), por exemplo, a emprega com a conotação de tirar o véu, revelar –phos eis apokalypsin. Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de manifestar, tornar claro, tirar o véu, dar a conhecer (Rm 16.25).

Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos.

Revelação e Teofanias

Teofania é um termo grego composto pelo substantivo theós e pelo verbo phaneróō que significa revelar, mostrar ou fazer conhecido. Teofania é o modo múltiplo, variegado, misterioso com que Deus se revela ou se manifesta ao homem. As teofanias são desdobramentos da revelação de Deus, de sua natureza, caráter e atributos de modo compreensível ao homem. As teofanias são:

a) visíveis (Gn 16.11,13; Êx 3.2-6; 19.18-20; Dn 7.9-14, etc), ou

b) audíveis (Gn 3.8; 1 Rs 19.12,13; Mt 3.17, etc).

Através dessas passagens percebemos que as teofanias, como veículos da revelação de Deus, podem ser:

a) humana (Gn 18.1,2,13,14),

b) angélica (Jz 2.1; 6.11,14), e

c) não humana (Gn 15.17; Êx 19.18-20).

Algumas dessas manifestações são, de acordo com muitos biblicistas, cristofanias (Jo 12.40,41).

Nas teofanias sempre é Deus quem toma a iniciativa de se auto-revelar. Essas manifestações são parciais, temporárias e não descrevem a completude da natureza divina. A única revelação permanente e completa do Pai foi realizada na Encarnação do Filho que, embora distinto do Pai, participa da mesma divindade (Jo 1.1,14-18).

Revelação Passiva e Ativa

A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus auxilia os homens a compreenderem Sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, seja particular seja coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Isto posto, a revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal. O alvo final da revelação divina é que o homem venha conhecer a Deus de modo real e pessoal. Essa revelação manifesta-se bilateralmente:

Revelação ativa: É a revelação direta de Deus, enquanto Se dá a conhecer aos homens (Êx 3.1-6).

Revelação passiva: É o conhecimento de Deus que é passado de geração a geração (Dt 4.10).

A revelação passiva é o conhecimento de Deus que é comunicado aos homens através de um interlocutor, enquanto a ativa é a revelação direta de Deus ao homem, sem qualquer intermediário. Na passiva, Deus não se revela diretamente ao homem como o fez com Moisés, mas usa um intermediário (profeta, sacerdote, anjos, etc) para comunicar à sua mensagem aos seus servos.

No âmbito da revelação passiva é que encontramos a Revelação Geral de Deus (Gn 1; Sl 119; 148; Rm 1.20-23). Revelação Geral é o termo teológico que descreve uma forma de teologia natural (Sl 8; 19.1). Essa revelação acha-se impressa na criação. Apesar de não ser uma revelação pontifícia, como a Revelação Especial – o Logos Encarnado (Logos Theou) – e a Epistemológica (Rhema Theou), contudo, possui predicativos suficientes para que o homem conheça a Deus e o adore, bem como servirá de base para o julgamento dos ímpios (Rm 1.21-32; 2.1-8).

A Revelação Geral ocorre de duas formas distintas: uma revelação externa na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus e; a revelação interna da razão e da consciência em cada indivíduo (Rm 12.16; Jo 1.9).

A teologia cristã reconhece tanto a Revelação Geral quanto a Especial, como dois modos progressivos da auto-revelação de Deus. Porém, o ápice da revelação divina ocorre através do Verbo Vivo e da Palavra Escrita (Jo 1.1,14-18; 14.8,9; Hb 1.1-3). Estas revelações são os desvendamentos que Deus faz de si mesmo aos homens de modo imediato e sobrenatural. O Logos Encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.10,21; Gl 1.12). O propósito da revelação de Deus é que o ser humano o conheça, ame-o e o adore (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).

Proposições dogmáticas

a) As Escrituras pressupõem não apenas que Deus pode ser conhecido, mas que realmente é conhecido, porque Ele Se revela a Si mesmo;
b) O conhecimento de Deus revelado ao homem é justamente aquele que satisfaz a fome de natureza espiritual;
c) O conhecimento de Deus revelado resulta em adoração e obediência inteligente à Sua vontade;
d) Deus pode ser conhecido à medida que Se revela a Si mesmo ao se comunicar com os homens;
e) Através do conhecimento de Deus o homem fica habilitado a reconhecer as verdadeiras manifestações ou revelações da natureza e da vontade do Senhor;
f) As Escrituras ensinam a impossibilidade de se conhecer a Deus em Sua natureza transcendental (Jó 11.7; 1 Tm 3.16);
g) A finalidade das Escrituras é a de fazer Deus conhecido por Suas atividades na história e nas experiências que homens fiéis tenham com Ele (Rm 1.19).


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Comentário da Lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 6
A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO ATÉ O SINAI

INTRODUÇÃO

I. ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
II. ISRAEL NO MONTE SINAI
III. IDOLATRIA DOS ISRAELITAS

CONCLUSÃO

A Aliança do Sinai

Não serão tratadas aqui as questões teológicas que envolvem o chamado pacto mosaico ou sinaítico. Basta mencionar que através desta aliança o Senhor Jeová confirmou a redenção que efetuara – livrou os hebreus da suserania egípcia, tornando-os seus próprios servos, “...um reino sacerdotal e o povo santo” (Êx 19.6). O papel deste povo a partir daquele instante seria mediar ou interceder como sacerdote entre o Deus santo e as nações rebeldes do mundo, tendo em vista não somente proclamar a salvação, mas também providenciar o canal humano através do qual esta seria efetuada.  
Pode-se afirmar historicamente que as doze tribos de Israel estavam presentes no Sinai para participar da aliança com Jeová. Esta afirmação é rejeitada por Martin Noth e outros estudiosos, que afirmam ter sido a tradição sinaítica originalmente propriedade de uma ou duas tribos, que então compartilharam seu entendimento acerca do passado com as demais tribos, até que a herança de cada uma tornou-se a herança de todas. Nota-se claramente que uma das intenções da narrativa do êxodo e da aliança é provar que todo o Israel tomou parte no êxodo e encontrou-se com Jeová no Sinai. Somente uma avaliação céptica do texto fundada em hipóteses críticas improváveis pode afirmar algo que não seja a participação das doze tribos de Israel nesse momento crucial e sagrado de sua história.
Um outro fato importante é que a forma literária em que a aliança do Sinai aparece (Êx 20―23) é profundamente semelhante aos tratados de suserania e vassalagem do antigo Oriente Médio, especialmente os hititas, que foram feitos no mesmo período. A semelhança torna-se ainda maior no livro de Deuteronômio, que efetivamente é uma aliança extensa e apropriada à geração de israelitas que estava para entrar em Canaã. De acordo com George Mendenhal, Meredith Kline, Kenneth Kitchen e outros estudiosos, Êxodo 20―23 e Deuteronômio seguem a mesma estrutura e contêm os elementos essenciais dos clássicos tratados entre suserano e vassalo, que foram descobertos em grande abundância nos arquivos dos hititas em Boghazkeui, Turquia (antiga Hatusas). Visto que a maior parte desses textos existe desde a Idade do Bronze Recente, conclui-se que os sido tradicionalmente relacionado à época de Moisés. Porém, na intenção de defender uma data bem mais recente para o livro de Deuteronômio, muitos estudiosos preferem associar sua forma e conteúdo aos documentos neo-assírios do sétimo século.
Mas uma minuciosa comparação entre esses tratados e os textos bíblicos revela problemas insuperáveis de interpretação. Por exemplo, as fórmulas de bênçãos fazem parte integral tanto da literatura do Bronze Recente quanto dos textos bíblicos, embora sejam completamente estranhos aos documentos assírios. Pela lógica, fica claro que Moisés adotou a forma e o estilo de tratados que eram bem conhecidos no décimo quinto e décimo quarto séculos, compondo os textos bíblicos baseado nesses modelos.
O motivo de Moisés ter adotado esta forma é perfeitamente compreensível. Ele poderia com certeza ter criado um novo estilo literário, com seus próprios elementos peculiares; mas, visto que sua intenção era ser mais instrutivo do que criativo, ele utilizou um veículo com o qual o povo já estava bastante familiarizado. Em outras palavras, como um bom professor Moisés estava ciente do princípio pedagógico segundo o qual o aluno aprende melhor quando o ensinamento parte do conhecido para o desconhecido. Moisés se utilizou desta forma de comunicação a fim de que a aliança entre Jeová e Israel pudesse ser revestida na forma dos tratados internacionais, intentando preservar as verdades teológicas profundas que a ela estão associadas.

Texto extraído da obra “História de Israel no Antigo Testamento”, editada pela CPAD.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 5
A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

INTRODUÇÃO

I. A TRAVESSIA DO MAR
II. O CÂNTICO DE MOISÉS
III. A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO

CONCLUSÃO

MAR VERMELHO

Ao contrário de seu nome, este mar tem uma cor tão azul quanto qualquer outra parte da superfície do oceano. A origem da palavra “vermelho” neste nome é incerta. Há várias possibilidades: (1) O reflexo das montanhas avermelhadas de granito na superfície que cerca partes do mar. (2) A pele cor de cobre dos edomitas, himiaritas e fenícios que certa vez habitaram áreas ao longo de suas praias. (3) Os corais avermelhados que podem ser encontrados de suas praias. 
O mar Vermelho em si tem cerca de 2.400 quilômetros de comprimento e uma largura média de 240 quilômetros. Na extremidade norte ele termina em uma formação em “Y” – cada ramificação formando um golfo. A ponta oriental tem cerca de 160 quilômetros de comprimento, e é conhecida como o golfo de Ácaba e se junta ao Arabá (vale que leva ao mar Morto). A Arábia Saudita faz fronteira com ele a leste, e com a península do Sinai a oeste. Na sua extremidade norte ficava a cidade de Elate, que agora está passando por um desenvolvimento e uma modernização promovidos pelo estado de Israel.
É um terminal de um oleoduto de petróleo, e um ancoradouro para cargas pesadas. Na margem próxima a Eziom-Geber, a alguns quilômetros a leste, em Arab Jordão, estão as ruínas arqueológicas do porto de Salomão. Elate e Eziom-Geber eram cidades portuárias para os navios de Salomão (1 Rs 9.26).
A ponta ocidental (com aprox. 288 quilômetros de comprimento por 32 quilômetros de largura) é conhecida como o golfo de Suez, e forma a extremidade sul para o canal de Suez. Nos tempos pré-históricos ele se estendia muito além ao norte e provavelmente incluía o que é agora conhecido como o lago Timsah e os lagos Amargos. As praias de ambos os lagos abundam em juncos e podem ser responsáveis pelo termo hebraico  yam suph, frequentemente traduzido como “mar de juncos”.
O mar foi atravessado pelos israelitas sob a liderança de Moisés (Êx 14.15ss.). É bem possível que o ponto da travessia tenha agora sido coberto pelas areias que estão em constante deslocamento. A opinião de muitos estudiosos, porém, é que o mar Vermelho atravessado pelos israelitas tenha sido o golfo de Suez, mas provavelmente nas redondezas dos lagos Amargos para o qual o golfo então se estendia. Atualmente, um vento forte sopra do norte para o sul durante aproximadamente nove meses do ano. Portanto, o vento oriental que dividiu o mar para Moisés era incomum, e deve ser verdadeiramente considerado como um ato de Deus (Êx 14.21).


Extraído do Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Espaço da Leitura Cristã

ESPAÇO DA LEITURA CRISTÃ


O AMOR DE DEUS

João 3.16



SIGLAS DOS LIVROS BÍBLICOS

COMO USAR AS REFERÊNCIAS BÍBLICAS

As referências bíblicas são baseadas em livros, capítulos e versículos. Toda a Bíblia é divida desta maneira, para facilitar a localização rápida de algum trecho específico.
Em cada livro, há números com formatos maiores. Cada um destes números indica o início de um novo capítulo, e cada capítulo está subdivido em versos (ou versículos), que tem um pequeno número á frente do seu início.
Numa referência bíblica, primeiramente aparece o nome do livro (exemplo: João). Depois, o capítulo e versículo (exemplo: João 3.16, quer dizer que você deve procurar pelo livro de João, no capítulo 3, no verso 16).
Fácil, não é? Outro exemplo: Mateus 11.28 significa que o verso está no livro de Mateus, capítulo 11, verso 28, que diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”.
Para fins de consulta, neste site utilizamos as abreviações dos livros bíblicos. Adiante, a relação completa, com sua respectiva abreviação, por ordem alfabética da sigla:

SIGLA/TÍTULO DO LIVRO:

1 Co = 1a. Carta aos Coríntios
1 Cr = 1o. Livro de Crônicas
1 Jo = 1a. Carta de João
1 Pe = 1a. Carta de Pedro
1 Rs =  1o. Livro de Reis
1 Sm = 1o. Livro de Samuel
1 Tm = 1a. Carta a Timóteo
1 Ts = 1a. Carta aos Tessalonicenses
2 Co = 2a. Carta aos Coríntios
2 Cr = 2o. Livro de Crônicas
2 Jo = 2a. Carta de João
2 Pe = 2a. Carta de Pedro
2 Rs = 2o. Livro de Reis
2 Sm = 2o. Livro de Samuel
2 Tm = 2a. Carta a Timóteo
2 Ts = 2a. Carta aos Tessalonicenses
3 Jo = 3a. Carta de João
Ag = Ageu
Am = Amós
Ap = Apocalipse
At = Atos dos Apóstolos
Cl = Colossenses
Ct = Cântico dos Cânticos
Dn = Daniel
Dt = Deuteronômio
Ec = Eclesiastes
Ed = Esdras
Ef = Efésios
Ex = Êxodo
Ez = Ezequiel
Fm = Filemon
Fp = Filipenses
Gl = Gálatas
Gn = Gênesis
Hb = Hebreus
Hc = Habacuque
Is =Isaías
Jd = Judas
Jl =Joel
Jn =Jonas
Jo = João
Jó = Jó
Jr = Jeremias
Js = Josué
Jz = Juízes
Lc = Lucas
Lm = Lamentações de Jeremias
Lv = Levítico
Mc = Marcos
Ml = Malaquias
Mq = Miquéias
Mt = Mateus
Na = Naum
Ne = Neemias
Nm = Números
Ob = Obadias
Os = Oséias
Pv = Provérbios
Rm = Romanos
Rt = Rute
Sf = Sofonias
Sl = Salmos
Tg = Tiago
Tt = Tito
Zc = Zacarias
Agora, a mesma relação, por ordem que está na sequência dos livros da Bíblia:

TÍTULO DO LIVRO (SEQUÊNCIA NA BÍBLIA) /SIGLA :

Gênesis = Gn
Êxodo = Ex
Levítico = Lv
Números = Nm
Deuteronômio = Dt
Josué = Js
Juízes = Jz
Rute = Rt
1o. Livro de Samuel = 1 Sm
2o. Livro de Samuel = 2 Sm
1o. Livro de Reis = 1 Rs
2o. Livro de Reis = 2 Rs
1o. Livro de Crônicas = 1 Cr
2o. Livro de Crônicas = 2 Cr
Esdras = Ed
Neemias = Ne  
Ester = Et
 = 
Salmos = Sl
Provérbios  = Pv
Eclesiastes = Ec
Cântico dos Cânticos = Ct
Isaías = Is
Jeremias = Jr
Lamentações de Jeremias = Lm
Ezequiel = Ez
Daniel = Dn
Oséias = Os
Joel = Jl
Amós = Am
Obadias = Ob
Jonas = Jn
Miquéias = Mq
Naum = Na
Habacuque = Hc
Sofonias = Sf
Ageu = Ag
Zacarias = Zc
Malaquias = Ml

Mateus = Mt
Marcos = Mc
Lucas = Lc
João = Jo
Atos dos Apóstolos = At
Romanos = Rm
1a. Carta aos Coríntios = 1 Co
2a. Carta aos Coríntios = 2 Co
Gálatas = Gl
Efésios = Ef
Filipenses = Fp
Colossenses = Cl
1a. Carta aos Tessalonicenses = 1 Ts
2a. Carta aos Tessalonicenses = 2 Ts
1a. Carta a Timóteo = 1 Tm
2a. Carta a Timóteo = 2 Tm
Tito = Tt
Filemon = Fm
Hebreus = Hb
Tiago = Tg
1a. Carta de Pedro = 1 Pe
2a. Carta de Pedro = 2 Pe
1a. Carta de João = 1 Jo
2a. Carta de João = 2 Jo
3a. Carta de João = 3 Jo
Judas = Jd

Apocalipse = Ap

domingo, 26 de janeiro de 2014

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 4
A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

INTRODUÇÃO

I. A PÁSCOA
II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA

CONCLUSÃO

A PÁSCOA CRISTÃ

No AT, é feita uma referência à celebração da primeira Páscoa por Moisés, com a aspersão de sangue para que os primogênitos israelitas não fossem tocados (Hb 11.28). Existem muitas outras referências a festas da Páscoa durante a vida do Senhor Jesus. Ainda criança, todos os anos Ele era levado por seus pais a Jerusalém para a Festa da Páscoa (Lc 2.41). No quarto evangelho, três Páscoas são definitivamente mencionadas durante o ministério do Senhor Jesus (Jo 2.13,23; 6.4; 11.55; 12.1; 13.1; 18.28,39; 19.14) e acredita-se que a festa mencionada em João 5.1 seria a quarta Páscoa.
Na época de Cristo, o cordeiro pascal (geralmente um cordeiro ou cabrito de um ano, mas veja Êxodo 12.5) era ritualmente sacrificado na área do Templo. Essa refeição, no entanto, podia ser comida em qualquer casa da cidade. Um grupo comunitário, como o de Jesus e seus discípulos, podia celebrar a Páscoa em conjunto, como se formasse uma unidade familiar. Cerca de 120.000 a 180.000 judeus compareciam a Jerusalém para essa e outras festas anuais, sendo que a grande maioria deles era formada por peregrinos vindos de países da Diáspora (J. Jeremias, Jerusalem in the Time of Jesus, Filadélfia. Fortress, 1969, pp.58-84). Depois da destruição do Templo no ano 70 d.C., as provisões para o sacrifício de um animal, sob a forma de um ritual, cessaram totalmente e a Páscoa dos judeus passou a ser uma simples cerimônia familiar, uma refeição sem derramamento de sangue. Atualmente, apenas os samaritanos (q.v.), em sua cerimônia anual da Páscoa no monte Gerizim, sacrificam cordeiros ou cabritos visando cumprir a ordem de Êxodo 12.
Uma última passagem do NT desenvolve claramente o significado tipológico da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos para o cristão. Paulo conclama os coríntios a eliminar o fermento da malícia e da iniquidade, e observar diariamente a festa “porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7). Dessa forma, Paulo declara diretamente que Cristo é o “nosso Cordeiro pascal”, conforme o pronunciamento de João Batista de que Jesus é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Devido a estas passagens, e a ensinos semelhantes, a Igreja primitiva veio a entender que a Ceia do Senhor (q.v.) substitui completamente a celebração da Páscoa.


Texto extraído do “Dicionário Bíblico Wycliffe”, editado pela CPAD.

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 3
AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARÓ

INTRODUÇÃO

I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
II. FARAÓ NÃO DESISTE
III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ

CONCLUSÃO

O PROPÓSITO DAS PRAGAS

Por

Victor P. Hamilton

Essa ênfase no conhecimento do Senhor alça as pragas para além de sua função de castigar severamente. As pragas não são uma vingança contra Faraó. O Senhor não tem a intenção de deixar no Egito um Faraó arrasado e destruído, nem tenciona fascinar o governante egípcio com uma exibição de milagres.
O propósito divino é fazer com que Faraó e seu povo ― para não mencionar os israelitas ― passem efetivamente a conhecer o verdadeiro Deus. É estabelecida uma estrutura com fins didáticos, de forma que o conhecimento seja transmitido através de observações e experiências pessoais, não por ouvir falar. Conhecer ao Senhor como Senhor significa reconhecer e se submeter a sua autoridade. Essa é a escolha que precisa ser feita, a qual Faraó é convidado a fazer. É claro que, nos capítulos finais, não vemos nada sobre Faraó ter dito “Agora conheço Jeová” ou “Eu sei quem Jeová é”. Além disso, não há nada nem remotamente semelhante à profecia de Isaías sobre o Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao Senhor dos Exércitos” (Is 19.18).
Dez pragas são registradas:

  1. 7.14-25: água em sangue.
  2. 8:1-15: infestação das rãs.
  3. 8.16-19: insetos (ou piolhos).
  4. 8.20-32: infestação das moscas (com os hebreus sendo poupados [8.22]).
  5. 9.1-7: peste sobre o gado (com os hebreus sendo poupados [9.4,6]).
  6. 9.8-12: úlceras sobre homens e animais.
  7. 9.13-35: saraiva, trovões e raios (com exceção da área destinada aos hebreus [9.26]).
  8. 10.1-20: infestação de gafanhotos.
  9. 10.21-29: três dias de densas trevas.
  10. 11.1―12.36: morte dos primogênitos, tanto do povo como do gado (com exceção dos hebreus, caso se preparassem de forma correta [12.7,13]).

Muito já se disse sobre as pragas serem diretamente voltadas para algum aspecto específico da religião egípcia. Em diversos casos, isso é bem possível, mas em outros fica difícil fazer essa correspondência. Na verdade, em Êxodo 12.12, vemos o Senhor dizendo: “e sobre todos os deuses do Egito farei juízos”. Veja também Números 33.4b: “e havendo o Senhor executado os seus juízos nos seus deuses”. Para algumas das pragas, a correspondência é válida.

1.      Hapi, o deus do Nilo, portador da fertilidade.
2.      Hekt, a deusa da fecundidade com cabeça de sapo.
4.              Kheper, na forma de um besouro (que talvez possamos incluir na praga das moscas). Ele representa o ciclo diário do sol pelo céu.
5.         Muitos deuses e deusas egípcias são representados zoomorficamente em   hieróglifos: Hator, representada como uma deusa com a cabeça de vaca ou como uma deusa com a cabeça humana e orelhas ou chifres de vaca; Amon, rei dos deuses e protetor dos Faraós, representado por uma figura masculina com cabeça de carneiro ou como carneiro com uma tríplice coroa; Geb, divindade da terra, representado como um ganso ou como uma figura humana com um ganso na cabeça; Ísis, rainha dos deuses, representada com chifres de carneiro ou vaca na cabeça.
7.      Nut, deus do céu e protetor dos mortos.
8.      Serapia, protetor contra os gafanhotos.
          9.  Rá, personificação do sol, rei dos deuses e pai da humanidade.
10. Possivelmente Taueret, deusa da maternidade que governava sobre os     nascimentos e que, mais tarde, tornou-se uma divindade protetora do lar.

É preciso deixar claro que o texto bíblico não dá indicação alguma de que as pragas devam ser associadas à religião e às divindades egípcias. Tais semelhanças, portanto, devem ser coincidências. No que diz respeito à natureza das pragas, é mais do que possível que algumas já tivessem sido experimentadas pelos egípcios (como, por exemplo, a coloração vermelha das águas do Nilo e a praga das rãs oriundas dos manguezais ao longo do rio). Outras foram provavelmente inéditas, como, por exemplo, as pragas da saraiva e das trevas, dada a quase perene estiagem e dos dias ensolarados durante o ano inteiro (com exceção dos vendavais, que rapidamente tapavam a luz do sol).

Texto extraído do “Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio”, editado pela CPAD.


Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 2
UM LIBERTADOR PARA ISRAEL

INTRODUÇÃO

I. MOISÉS – SUA CHAMADA E SEU PREPARO (ÊX 3.1-17)
II. AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA PARA O EGITO
III. MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (ÊX 5.1-5)

CONCLUSÃO

MOISÉS O grande líder e legislador dos hebreus, sob cuja mão Deus levou os israelitas do Egito às fronteiras da terra prometida. Moisés foi a maior personalidade na dispensação do AT, porque foi seu fundador e, como tal, tipificou o Senhor Jesus Cristo (cf. Hb 3.1-6). 
O nome. Em Êxodo 2.10, é feito um trocadilho com o nome Moisés: “E chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado [meshiti-hu]”. Há uma questão exegética relacionada à pessoa que deu o nome a Moisés. Se foi sua mãe, possivelmente a palavra deveria ser explicada como relacionada a masha (“extrair”), uma adaptação semítica de uma forma egípcia. Por outro lado, a maioria dos estudiosos pensa que a filha do Faraó escolheu o seu nome, e que a palavra é realmente egípcia, embora existam dificuldades linguísticas em tal opinião.
A vida. De acordo com Êxodo 2.1, os pais de Moisés eram descendentes de Levi, embora não possamos dizer quantas gerações houve entre Levi e Moisés. A história da infância de Moisés é bem conhecida. Desafiando a ordem do rei de lançar no rio todo menino que nascesse, os pais esconderam o bebê Moisés em uma arca, uma pequena cesta de bambu, vedada com piche. [...] A filha do Faraó foi ao rio se banhar, viu a arca, e teve compaixão da criança. A irmã de Moisés, que estava por perto, armou um plano para que a sua mãe tomasse conta dele. Assim Deus graciosamente salvou a vida do menino.


Texto extraído do Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD.  

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 1
O LIVRO DE ÊXODO E O CATIVEIRO DE ISRAEL NO EGITO

INTRODUÇÃO

I. O LIVRO DE ÊXODO
II. O NASCIMENTO DE MOISÉS
III. O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA

CONCLUSÃO


A peregrinação do povo de Deus

A peregrinação dos patriarcas e a do povo de Israel antecipam o chamado à peregrinação da Igreja 

Por Cesár Moisés

Tentar escrever exegeticamente sobre o livro de Êxodo em tão sucinto espaço seria irresponsável. Analisá-lo teologicamente, nessa mesma dimensão espacial é, igualmente, uma tarefa impossível. Para uma leitura aprofundada sobre o Êxodo, indico, da CPAD, duas excelentes obras: História de Israel, de Eugene H. Merrill e, Tempos do Antigo Testamento, de R. K. Harrison. Ambas são fundamentais para se entender o contexto social, político, cultural e religioso da formação de Israel. Não obstante o fato de os meus objetivos serem modestos, cansado de ser óbvio, inicio essa reflexão disposto a andar por caminhos não antes palmilhados e radicalmente viscerais. E não o faço por qualquer outro motivo senão o de valorizar o relato da peregrinação de Israel durante quatro décadas pelo deserto, e o que tal trajetória significa, metaforicamente, para nós que cremos, e que, por isso mesmo, “andamos por fé e não por vista” (2Co 5.7).

Abraão — O peregrino paradigmático 

Apesar do grande historiador romeno das religiões, Mircea Eliade, ter provado que o tempo linear não é uma invenção dos judeus e das religiões chamadas proféticas (judaísmo, cristianismo, islamismo), pois tal noção já era conhecida pelo zoroastrismo persa, não se pode ignorar que a decisão de Tera em sair de sua terra para Canaã, apesar de interrompida por causa de sua morte, pôde ser continuada através de seu filho Abrão (Gn 11.31,32). Tal decisão em busca de viver algo diferente do que havia em Ur, é uma forma de romper com o fatalismo do tempo cíclico, ou do eterno retorno, que matinha todos os povos da antiguidade numa imobilidade mórbida, apenas esperando o que o “destino” reservava a cada um, isto é, nada podia ser mudado, tudo seria como sempre foi em um ciclo milenar.

Se o plano pessoal do patriarca não era residir em Canaã, e sua saída de Ur se deu apenas para seguir Tera, o fato é que após a morte de seu pai em Harã, Deus aparece a Abrão e lhe chama, encorajando-o a prosseguir a viagem (Gn 12.1-9 – Raciocínio diferente encontra-se em Atos 7.2-4). A autorrevelação divina instaura, para Abrão, a possibilidade de romper a “roda” fatalística. Ao menos para ele, pela primeira vez, aparece a possibilidade de ter contato com uma divindade não material como as que seu pai adorava (Js 24.2). Uma divindade que não se circunscrevia a um local, pois não pertencia a religião alguma. Como podia ele, em meio a um panteão de deuses, saber, com certeza, que a divindade que se revelara era o “verdadeiro Deus”? Abraão não sabia, ele creu (Gl 3.6). Por isso, Paulo afirma que todos os creem são “filhos de Abraão” e que, portanto, “aqueles que têm fé são os abençoados junto com Abraão, que acreditou” (Gl 3.7-9).

Essa única promessa que instruiu Abraão, também foi repetida a Isaque, fazendo este peregrinar (Gn 26.1-25). Posteriormente a promessa foi estendida a Jacó que, por sua vez, também peregrinou (Gn 28.10—50.26). Inseridos no Egito através de José, as setenta pessoas da família de Jacó — já tornado Israel —, transformaram- -se em um populoso contingente, conhecido como “hebreus” (Gn 40.15; 43.32; Ex 1.16; 2.6). Este numeroso povo também permaneceu instruído, durante longos 430 anos, por essa única promessa dada pelo Senhor aos patriarcas (Gn 50.24,25; Ex 13.19; Hb 11.22).

O reino de sacerdotes peregrinos 

O último estágio da peregrinação a ser aqui sucintamente considerado, subdivide-se em três períodos de quatro décadas cada um compreendendo os 120 anos da vida de Moisés, o principal protagonista do Êxodo (At 7.23,30; Ex 16.35; Dt 34.7). Na primeira fase, Moisés troca a estabilidade de quatro décadas no Egito pela incerteza de outras quatro décadas no deserto de Midiã que constituiu a segunda, e decisiva, fase de sua vida (Hb 11.23-26). Nos quarenta anos finais de sua trajetória, Moisés foi provado até as últimas consequências, tendo finalmente a “recompensa” de apenas contemplar a Terra Prometida (Dt 34.1-4).

A questão a destacar, e que parece não ter sido entendida, é que Deus não chamou o povo de Israel para exercer um papel hegemônico e imperialista sobre as demais nações. A promessa dEle a Abraão foi de que através da descendência do patriarca todas as famílias da Terra seriam benditas (Gn 12.3). Justamente por isso Deus disse a Moisés que uma vez que toda a Terra era propriedade dEle, se os israelitas ouvissem a sua divina voz e guardassem a sua aliança, eles seriam um reino de sacerdotes e uma nação santa (Ex 19.5,6). Como se sabe, Israel não entendeu esse papel a ser desempenhado e confundiu responsabilidade com privilégio, representatividade com regalia e bondade divina com mérito pessoal. O resultado foi o cativeiro e o desterro.

Não obstante a falha do Povo Escolhido, Paulo diz que “tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti” (Gl 3.8). Todos os que, pela fé, creem no Evangelho, são filhos de Deus e descendentes do crente Abraão: “Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo. E se vocês pertencem a Cristo, então vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.28,29). Isso, mais uma vez, é preciso advertir, não significa privilégios, mas responsabilidades; não visa uma teologia da substituição, mas um dever sacerdotal. Como afirma o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pd 2.9,10).

Para não concluir 

Mais do que conhecimento histórico e informações geográficas sobre o Êxodo, acredito que a grande lição desse trimestre é compreender o caráter transitório dessa nossa realidade. Aprender a contentar-se com o ordinário e não viver à cata de milagres, alegrar-se com a porção diária sem lamentar por não ter mais do que realmente precisamos, não ver-se como privilegiado, antes desapegar-se de tudo aquilo que — todo o mundo sabe — não nos acompanhará além do que a nossa peregrinação terrena permite. Tal deve ser assim se realmente queremos que a ética do Reino de Deus prevaleça em, e através de, nós (Mt 5—7). Isso significa, como afirma Carlos Mesters, transformar numa unidade a “vida vivida” e a “palavra escrita”. Mas para isso, é necessário entender que “mudando-se a vida, muda- -se o sentido do escrito para a vida, mudando-se o sentido do escrito, abre-se um novo sentido para a vida” (Por trás das Palavras, p.136).

Segundo o mesmo autor, era assim que os primeiros crentes em Jesus testemunhavam aos judeus. “Dizendo que Cristo estava neste ou naquele texto vétero-testamentário, os cristãos questionavam a vida dos judeus, pois queriam levá-los ao reconhecimento de uma nova dimensão neste ou naquele setor da vida”. O mais lamentável é que os “judeus, da sua parte, negando o princípio que sempre os guiou na releitura e na reinterpretação do Antigo Testamento, ao longo de toda a sua história, fechavam-se dentro da letra e queriam impor o livro à vida. Em nome desse mesmo Antigo Testamento, não queriam aceitar a nova dimensão cristã da vida e se defendiam contra ela” (Ibid., p.137).

Em “êxodo permanente”, isto é, em trânsito constante, é preciso que entendamos que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Valores que podem e devem ser vividos, exemplificados e expostos à sociedade através de nossa existência. Conquanto a realidade perpétua desses valores, em nossas vidas e em tudo que nos cerca, só será possível com a completude do Reino através da intervenção de Cristo, uma pálida demonstração deles é o suficiente para inspirar a sociedade e levá-la a uma transformação. O contrário desse sacerdócio é religiosidade estéril, e disso mundo está “cheio”.
 

César Moisés Carvalho é pastor, professor universitário, pós-graduado em teologia pela PUC-Rio e Chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD.