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domingo, 26 de janeiro de 2014

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 3
AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARÓ

INTRODUÇÃO

I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
II. FARAÓ NÃO DESISTE
III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ

CONCLUSÃO

O PROPÓSITO DAS PRAGAS

Por

Victor P. Hamilton

Essa ênfase no conhecimento do Senhor alça as pragas para além de sua função de castigar severamente. As pragas não são uma vingança contra Faraó. O Senhor não tem a intenção de deixar no Egito um Faraó arrasado e destruído, nem tenciona fascinar o governante egípcio com uma exibição de milagres.
O propósito divino é fazer com que Faraó e seu povo ― para não mencionar os israelitas ― passem efetivamente a conhecer o verdadeiro Deus. É estabelecida uma estrutura com fins didáticos, de forma que o conhecimento seja transmitido através de observações e experiências pessoais, não por ouvir falar. Conhecer ao Senhor como Senhor significa reconhecer e se submeter a sua autoridade. Essa é a escolha que precisa ser feita, a qual Faraó é convidado a fazer. É claro que, nos capítulos finais, não vemos nada sobre Faraó ter dito “Agora conheço Jeová” ou “Eu sei quem Jeová é”. Além disso, não há nada nem remotamente semelhante à profecia de Isaías sobre o Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao Senhor dos Exércitos” (Is 19.18).
Dez pragas são registradas:

  1. 7.14-25: água em sangue.
  2. 8:1-15: infestação das rãs.
  3. 8.16-19: insetos (ou piolhos).
  4. 8.20-32: infestação das moscas (com os hebreus sendo poupados [8.22]).
  5. 9.1-7: peste sobre o gado (com os hebreus sendo poupados [9.4,6]).
  6. 9.8-12: úlceras sobre homens e animais.
  7. 9.13-35: saraiva, trovões e raios (com exceção da área destinada aos hebreus [9.26]).
  8. 10.1-20: infestação de gafanhotos.
  9. 10.21-29: três dias de densas trevas.
  10. 11.1―12.36: morte dos primogênitos, tanto do povo como do gado (com exceção dos hebreus, caso se preparassem de forma correta [12.7,13]).

Muito já se disse sobre as pragas serem diretamente voltadas para algum aspecto específico da religião egípcia. Em diversos casos, isso é bem possível, mas em outros fica difícil fazer essa correspondência. Na verdade, em Êxodo 12.12, vemos o Senhor dizendo: “e sobre todos os deuses do Egito farei juízos”. Veja também Números 33.4b: “e havendo o Senhor executado os seus juízos nos seus deuses”. Para algumas das pragas, a correspondência é válida.

1.      Hapi, o deus do Nilo, portador da fertilidade.
2.      Hekt, a deusa da fecundidade com cabeça de sapo.
4.              Kheper, na forma de um besouro (que talvez possamos incluir na praga das moscas). Ele representa o ciclo diário do sol pelo céu.
5.         Muitos deuses e deusas egípcias são representados zoomorficamente em   hieróglifos: Hator, representada como uma deusa com a cabeça de vaca ou como uma deusa com a cabeça humana e orelhas ou chifres de vaca; Amon, rei dos deuses e protetor dos Faraós, representado por uma figura masculina com cabeça de carneiro ou como carneiro com uma tríplice coroa; Geb, divindade da terra, representado como um ganso ou como uma figura humana com um ganso na cabeça; Ísis, rainha dos deuses, representada com chifres de carneiro ou vaca na cabeça.
7.      Nut, deus do céu e protetor dos mortos.
8.      Serapia, protetor contra os gafanhotos.
          9.  Rá, personificação do sol, rei dos deuses e pai da humanidade.
10. Possivelmente Taueret, deusa da maternidade que governava sobre os     nascimentos e que, mais tarde, tornou-se uma divindade protetora do lar.

É preciso deixar claro que o texto bíblico não dá indicação alguma de que as pragas devam ser associadas à religião e às divindades egípcias. Tais semelhanças, portanto, devem ser coincidências. No que diz respeito à natureza das pragas, é mais do que possível que algumas já tivessem sido experimentadas pelos egípcios (como, por exemplo, a coloração vermelha das águas do Nilo e a praga das rãs oriundas dos manguezais ao longo do rio). Outras foram provavelmente inéditas, como, por exemplo, as pragas da saraiva e das trevas, dada a quase perene estiagem e dos dias ensolarados durante o ano inteiro (com exceção dos vendavais, que rapidamente tapavam a luz do sol).

Texto extraído do “Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio”, editado pela CPAD.


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