LIÇÃO 3
AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS
ARDILOSAS DE FARÓ
INTRODUÇÃO
I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA
PROPOSTA DE FARAÓ
II. FARAÓ NÃO DESISTE
III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ
CONCLUSÃO
O PROPÓSITO DAS
PRAGAS
Por
Victor P.
Hamilton
Essa
ênfase no conhecimento do Senhor alça as pragas para além de sua função de
castigar severamente. As pragas não são uma vingança contra Faraó. O Senhor não
tem a intenção de deixar no Egito um Faraó arrasado e destruído, nem tenciona
fascinar o governante egípcio com uma exibição de milagres.
O
propósito divino é fazer com que Faraó e seu povo ― para não mencionar os
israelitas ― passem efetivamente a conhecer o verdadeiro Deus. É estabelecida
uma estrutura com fins didáticos, de forma que o conhecimento seja transmitido
através de observações e experiências pessoais, não por ouvir falar. Conhecer
ao Senhor como Senhor significa reconhecer e se submeter a sua autoridade. Essa
é a escolha que precisa ser feita, a qual Faraó é convidado a fazer. É claro
que, nos capítulos finais, não vemos nada sobre Faraó ter dito “Agora conheço
Jeová” ou “Eu sei quem Jeová é”. Além disso, não há nada nem remotamente
semelhante à profecia de Isaías sobre o Egito que falarão a língua de Canaã e
farão juramento ao Senhor dos Exércitos” (Is 19.18).
Dez
pragas são registradas:
- 7.14-25:
água em sangue.
- 8:1-15:
infestação das rãs.
- 8.16-19:
insetos (ou piolhos).
- 8.20-32:
infestação das moscas (com os hebreus sendo poupados [8.22]).
- 9.1-7:
peste sobre o gado (com os hebreus sendo poupados [9.4,6]).
- 9.8-12:
úlceras sobre homens e animais.
- 9.13-35:
saraiva, trovões e raios (com exceção da área destinada aos hebreus
[9.26]).
- 10.1-20:
infestação de gafanhotos.
- 10.21-29:
três dias de densas trevas.
- 11.1―12.36:
morte dos primogênitos, tanto do povo como do gado (com exceção dos
hebreus, caso se preparassem de forma correta [12.7,13]).
Muito
já se disse sobre as pragas serem diretamente voltadas para algum aspecto
específico da religião egípcia. Em diversos casos, isso é bem possível, mas em
outros fica difícil fazer essa correspondência. Na verdade, em Êxodo 12.12,
vemos o Senhor dizendo: “e sobre todos os deuses do Egito farei juízos”. Veja
também Números 33.4b: “e havendo o Senhor executado os seus juízos nos seus
deuses”. Para algumas das pragas, a correspondência é válida.
1.
Hapi,
o deus do Nilo, portador da fertilidade.
2.
Hekt,
a deusa da fecundidade com cabeça de sapo.
4.
Kheper, na forma de um besouro (que talvez
possamos incluir na praga das moscas). Ele representa o ciclo diário do sol
pelo céu.
5.
Muitos deuses e deusas egípcias são
representados zoomorficamente em hieróglifos:
Hator, representada como uma deusa com a cabeça de vaca ou como uma deusa com a
cabeça humana e orelhas ou chifres de vaca; Amon, rei dos deuses e protetor dos
Faraós, representado por uma figura masculina com cabeça de carneiro ou como
carneiro com uma tríplice coroa; Geb, divindade da terra, representado como um
ganso ou como uma figura humana com um ganso na cabeça; Ísis, rainha dos
deuses, representada com chifres de carneiro ou vaca na cabeça.
7.
Nut,
deus do céu e protetor dos mortos.
8.
Serapia,
protetor contra os gafanhotos.
9. Rá, personificação do sol, rei
dos deuses e pai da humanidade.
10.
Possivelmente Taueret, deusa da maternidade que governava sobre os nascimentos e que, mais tarde, tornou-se
uma divindade protetora do lar.
É
preciso deixar claro que o texto bíblico não dá indicação alguma de que as
pragas devam ser associadas à religião e às divindades egípcias. Tais
semelhanças, portanto, devem ser coincidências. No que diz respeito à natureza
das pragas, é mais do que possível que algumas já tivessem sido experimentadas
pelos egípcios (como, por exemplo, a coloração vermelha das águas do Nilo e a praga
das rãs oriundas dos manguezais ao longo do rio). Outras foram provavelmente
inéditas, como, por exemplo, as pragas da saraiva e das trevas, dada a quase
perene estiagem e dos dias ensolarados durante o ano inteiro (com exceção dos
vendavais, que rapidamente tapavam a luz do sol).
Texto
extraído do “Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio”, editado pela CPAD.
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