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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Comentário da Lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 7
OS DEZ MANDAMENTOS

INTRODUÇÃO

I. OS PROPÓSITOS DA LEI
II. OS DEZ MANDAMENTOS
III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS

CONCLUSÃO

A DOUTRINA DA REVELAÇÃO DE DEUS
O ensino das Escrituras a respeito da revelação de Deus

Esdras Costas Bentho

A doutrina da Comunicação de Deus aos homens é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A Doutrina da Revelação de Deus trata da manifestação que o Senhor faz de si mesmo e de sua vontade aos homens (Am 3.7).

Necessidade da doutrina
: A doutrina da Revelação de Deus aos homens não é apenas necessária como também plausível. Dois fatores tornam essa doutrina indispensável: o implícito e explícito.

a) Implícito: O fator implícito diz respeito ao que Deus é em sua natureza incomunicável, transcendente, infinita, incapaz de ser conhecido pela razão, cognoscibilidade ou aferimentos humanos (Jo 1.18; 1 Tm 6.16). Em diversas perícopes as Sagradas Escrituras afirmam a incapacidade humana em conhecer a Deus em sua plenitude e glória: Ele habita em "luz inacessível" (1 Tm 6.16) e "nunca foi visto por alguém" (Êx 33.20; Jo 1.18).

b) Explícito: O fator explícito refere-se à natureza finita, temporal e vulnerável do homem. O cognoscível não é capaz de apreender o Incognoscível; o finito não compreende o Infinito; o mortal está aquém do Eterno: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento" (Is 40.28).

Definição de Revelação

a) Antigo Testamento. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo revelação na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ, isto é, descobri, revelar, tirar, é usado em sentido reflexivo com o significado de desnudar-se ou revelar-se, como por exemplo, na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7). A Septuaginta (LXX) traduz o vocábulo na passagem citada por epephánē, manifestação, aparição, ou revelação (epifania).

b) Novo Testamento. O grego neotestamentário emprega a palavra apokalypsis com o sentido de revelar ou desvendar. Lucas (2.32), por exemplo, a emprega com a conotação de tirar o véu, revelar –phos eis apokalypsin. Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de manifestar, tornar claro, tirar o véu, dar a conhecer (Rm 16.25).

Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos.

Revelação e Teofanias

Teofania é um termo grego composto pelo substantivo theós e pelo verbo phaneróō que significa revelar, mostrar ou fazer conhecido. Teofania é o modo múltiplo, variegado, misterioso com que Deus se revela ou se manifesta ao homem. As teofanias são desdobramentos da revelação de Deus, de sua natureza, caráter e atributos de modo compreensível ao homem. As teofanias são:

a) visíveis (Gn 16.11,13; Êx 3.2-6; 19.18-20; Dn 7.9-14, etc), ou

b) audíveis (Gn 3.8; 1 Rs 19.12,13; Mt 3.17, etc).

Através dessas passagens percebemos que as teofanias, como veículos da revelação de Deus, podem ser:

a) humana (Gn 18.1,2,13,14),

b) angélica (Jz 2.1; 6.11,14), e

c) não humana (Gn 15.17; Êx 19.18-20).

Algumas dessas manifestações são, de acordo com muitos biblicistas, cristofanias (Jo 12.40,41).

Nas teofanias sempre é Deus quem toma a iniciativa de se auto-revelar. Essas manifestações são parciais, temporárias e não descrevem a completude da natureza divina. A única revelação permanente e completa do Pai foi realizada na Encarnação do Filho que, embora distinto do Pai, participa da mesma divindade (Jo 1.1,14-18).

Revelação Passiva e Ativa

A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus auxilia os homens a compreenderem Sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, seja particular seja coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Isto posto, a revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal. O alvo final da revelação divina é que o homem venha conhecer a Deus de modo real e pessoal. Essa revelação manifesta-se bilateralmente:

Revelação ativa: É a revelação direta de Deus, enquanto Se dá a conhecer aos homens (Êx 3.1-6).

Revelação passiva: É o conhecimento de Deus que é passado de geração a geração (Dt 4.10).

A revelação passiva é o conhecimento de Deus que é comunicado aos homens através de um interlocutor, enquanto a ativa é a revelação direta de Deus ao homem, sem qualquer intermediário. Na passiva, Deus não se revela diretamente ao homem como o fez com Moisés, mas usa um intermediário (profeta, sacerdote, anjos, etc) para comunicar à sua mensagem aos seus servos.

No âmbito da revelação passiva é que encontramos a Revelação Geral de Deus (Gn 1; Sl 119; 148; Rm 1.20-23). Revelação Geral é o termo teológico que descreve uma forma de teologia natural (Sl 8; 19.1). Essa revelação acha-se impressa na criação. Apesar de não ser uma revelação pontifícia, como a Revelação Especial – o Logos Encarnado (Logos Theou) – e a Epistemológica (Rhema Theou), contudo, possui predicativos suficientes para que o homem conheça a Deus e o adore, bem como servirá de base para o julgamento dos ímpios (Rm 1.21-32; 2.1-8).

A Revelação Geral ocorre de duas formas distintas: uma revelação externa na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus e; a revelação interna da razão e da consciência em cada indivíduo (Rm 12.16; Jo 1.9).

A teologia cristã reconhece tanto a Revelação Geral quanto a Especial, como dois modos progressivos da auto-revelação de Deus. Porém, o ápice da revelação divina ocorre através do Verbo Vivo e da Palavra Escrita (Jo 1.1,14-18; 14.8,9; Hb 1.1-3). Estas revelações são os desvendamentos que Deus faz de si mesmo aos homens de modo imediato e sobrenatural. O Logos Encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.10,21; Gl 1.12). O propósito da revelação de Deus é que o ser humano o conheça, ame-o e o adore (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).

Proposições dogmáticas

a) As Escrituras pressupõem não apenas que Deus pode ser conhecido, mas que realmente é conhecido, porque Ele Se revela a Si mesmo;
b) O conhecimento de Deus revelado ao homem é justamente aquele que satisfaz a fome de natureza espiritual;
c) O conhecimento de Deus revelado resulta em adoração e obediência inteligente à Sua vontade;
d) Deus pode ser conhecido à medida que Se revela a Si mesmo ao se comunicar com os homens;
e) Através do conhecimento de Deus o homem fica habilitado a reconhecer as verdadeiras manifestações ou revelações da natureza e da vontade do Senhor;
f) As Escrituras ensinam a impossibilidade de se conhecer a Deus em Sua natureza transcendental (Jó 11.7; 1 Tm 3.16);
g) A finalidade das Escrituras é a de fazer Deus conhecido por Suas atividades na história e nas experiências que homens fiéis tenham com Ele (Rm 1.19).


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Comentário da Lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 6
A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO ATÉ O SINAI

INTRODUÇÃO

I. ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
II. ISRAEL NO MONTE SINAI
III. IDOLATRIA DOS ISRAELITAS

CONCLUSÃO

A Aliança do Sinai

Não serão tratadas aqui as questões teológicas que envolvem o chamado pacto mosaico ou sinaítico. Basta mencionar que através desta aliança o Senhor Jeová confirmou a redenção que efetuara – livrou os hebreus da suserania egípcia, tornando-os seus próprios servos, “...um reino sacerdotal e o povo santo” (Êx 19.6). O papel deste povo a partir daquele instante seria mediar ou interceder como sacerdote entre o Deus santo e as nações rebeldes do mundo, tendo em vista não somente proclamar a salvação, mas também providenciar o canal humano através do qual esta seria efetuada.  
Pode-se afirmar historicamente que as doze tribos de Israel estavam presentes no Sinai para participar da aliança com Jeová. Esta afirmação é rejeitada por Martin Noth e outros estudiosos, que afirmam ter sido a tradição sinaítica originalmente propriedade de uma ou duas tribos, que então compartilharam seu entendimento acerca do passado com as demais tribos, até que a herança de cada uma tornou-se a herança de todas. Nota-se claramente que uma das intenções da narrativa do êxodo e da aliança é provar que todo o Israel tomou parte no êxodo e encontrou-se com Jeová no Sinai. Somente uma avaliação céptica do texto fundada em hipóteses críticas improváveis pode afirmar algo que não seja a participação das doze tribos de Israel nesse momento crucial e sagrado de sua história.
Um outro fato importante é que a forma literária em que a aliança do Sinai aparece (Êx 20―23) é profundamente semelhante aos tratados de suserania e vassalagem do antigo Oriente Médio, especialmente os hititas, que foram feitos no mesmo período. A semelhança torna-se ainda maior no livro de Deuteronômio, que efetivamente é uma aliança extensa e apropriada à geração de israelitas que estava para entrar em Canaã. De acordo com George Mendenhal, Meredith Kline, Kenneth Kitchen e outros estudiosos, Êxodo 20―23 e Deuteronômio seguem a mesma estrutura e contêm os elementos essenciais dos clássicos tratados entre suserano e vassalo, que foram descobertos em grande abundância nos arquivos dos hititas em Boghazkeui, Turquia (antiga Hatusas). Visto que a maior parte desses textos existe desde a Idade do Bronze Recente, conclui-se que os sido tradicionalmente relacionado à época de Moisés. Porém, na intenção de defender uma data bem mais recente para o livro de Deuteronômio, muitos estudiosos preferem associar sua forma e conteúdo aos documentos neo-assírios do sétimo século.
Mas uma minuciosa comparação entre esses tratados e os textos bíblicos revela problemas insuperáveis de interpretação. Por exemplo, as fórmulas de bênçãos fazem parte integral tanto da literatura do Bronze Recente quanto dos textos bíblicos, embora sejam completamente estranhos aos documentos assírios. Pela lógica, fica claro que Moisés adotou a forma e o estilo de tratados que eram bem conhecidos no décimo quinto e décimo quarto séculos, compondo os textos bíblicos baseado nesses modelos.
O motivo de Moisés ter adotado esta forma é perfeitamente compreensível. Ele poderia com certeza ter criado um novo estilo literário, com seus próprios elementos peculiares; mas, visto que sua intenção era ser mais instrutivo do que criativo, ele utilizou um veículo com o qual o povo já estava bastante familiarizado. Em outras palavras, como um bom professor Moisés estava ciente do princípio pedagógico segundo o qual o aluno aprende melhor quando o ensinamento parte do conhecido para o desconhecido. Moisés se utilizou desta forma de comunicação a fim de que a aliança entre Jeová e Israel pudesse ser revestida na forma dos tratados internacionais, intentando preservar as verdades teológicas profundas que a ela estão associadas.

Texto extraído da obra “História de Israel no Antigo Testamento”, editada pela CPAD.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Comentário da lição de Jovens e Adultos

LIÇÃO 5
A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

INTRODUÇÃO

I. A TRAVESSIA DO MAR
II. O CÂNTICO DE MOISÉS
III. A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO

CONCLUSÃO

MAR VERMELHO

Ao contrário de seu nome, este mar tem uma cor tão azul quanto qualquer outra parte da superfície do oceano. A origem da palavra “vermelho” neste nome é incerta. Há várias possibilidades: (1) O reflexo das montanhas avermelhadas de granito na superfície que cerca partes do mar. (2) A pele cor de cobre dos edomitas, himiaritas e fenícios que certa vez habitaram áreas ao longo de suas praias. (3) Os corais avermelhados que podem ser encontrados de suas praias. 
O mar Vermelho em si tem cerca de 2.400 quilômetros de comprimento e uma largura média de 240 quilômetros. Na extremidade norte ele termina em uma formação em “Y” – cada ramificação formando um golfo. A ponta oriental tem cerca de 160 quilômetros de comprimento, e é conhecida como o golfo de Ácaba e se junta ao Arabá (vale que leva ao mar Morto). A Arábia Saudita faz fronteira com ele a leste, e com a península do Sinai a oeste. Na sua extremidade norte ficava a cidade de Elate, que agora está passando por um desenvolvimento e uma modernização promovidos pelo estado de Israel.
É um terminal de um oleoduto de petróleo, e um ancoradouro para cargas pesadas. Na margem próxima a Eziom-Geber, a alguns quilômetros a leste, em Arab Jordão, estão as ruínas arqueológicas do porto de Salomão. Elate e Eziom-Geber eram cidades portuárias para os navios de Salomão (1 Rs 9.26).
A ponta ocidental (com aprox. 288 quilômetros de comprimento por 32 quilômetros de largura) é conhecida como o golfo de Suez, e forma a extremidade sul para o canal de Suez. Nos tempos pré-históricos ele se estendia muito além ao norte e provavelmente incluía o que é agora conhecido como o lago Timsah e os lagos Amargos. As praias de ambos os lagos abundam em juncos e podem ser responsáveis pelo termo hebraico  yam suph, frequentemente traduzido como “mar de juncos”.
O mar foi atravessado pelos israelitas sob a liderança de Moisés (Êx 14.15ss.). É bem possível que o ponto da travessia tenha agora sido coberto pelas areias que estão em constante deslocamento. A opinião de muitos estudiosos, porém, é que o mar Vermelho atravessado pelos israelitas tenha sido o golfo de Suez, mas provavelmente nas redondezas dos lagos Amargos para o qual o golfo então se estendia. Atualmente, um vento forte sopra do norte para o sul durante aproximadamente nove meses do ano. Portanto, o vento oriental que dividiu o mar para Moisés era incomum, e deve ser verdadeiramente considerado como um ato de Deus (Êx 14.21).


Extraído do Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD.